Olímpio Júlio de Oliveira MOURÃO  ‎(I1092)‎
Nomes: Olímpio Júlio de Oliveira
Sobrenome: MOURÃO

Sexo: MasculinoMasculino
      

Nascimento: 8 Março 1856 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento: 5 Setembro 1933 ‎(Idade 77)‎ Belo Horizonte, MG, Brasil
Dados Pessoais e Detalhes

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Nascimento 8 Março 1856 Diamantina, MG, Brasil

Casamento Mariana Corrêa RABELO - 3 Fevereiro 1877 ‎(Idade 20)‎ Diamantina, MG, Brasil

Falecimento 5 Setembro 1933 ‎(Idade 77)‎ Belo Horizonte, MG, Brasil

Atualizado em 23 Março 2003 - 00:00:00
View Details for ...


Immediate Family  (F335)
Mariana Corrêa RABELO
1860 - 1944
Francisco Sales Corrêa MOURÃO
1878 - 1926
Maria Mercedes MOURÃO
1879 - 1959
Maria Cecília Corrêa MOURÃO
1880 - 1882
Maria Olinta Corrêa MOURÃO
1881 - 1972
Maria Cecília Corrêa MOURÃO
- 1942
Pedro Corrêa Rabelo MOURÃO
1882 - 1963
Maria Bernadete Corrêa "Tia Neném" MOURÃO
1884 - 1944
Júlio Corrêa MOURÃO
-
Maria José Corrêa MOURÃO
1886 - 1970
Olímpio Júlio de Oliveira "Pimpinho" MOURÃO
1888 - 1972
Maria Zelinda de Oliveira MOURÃO
1891 - 1976
João Corrêa MOURÃO
1893 - 1894
Maria Ester Corrêa MOURÃO
1892 - 1967
João Cleto Corrêa "Bambão" MOURÃO
1896 - 1966
Paulo Krüger Corrêa MOURÃO
1901 - 1989


Notas

Nota
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Por esforço próprio, adquiriu conhecimentos básicos e gerais que o fizeram vencedor na vida.
A pouca instrução que recebeu foi-lhe ministrada pelos professores particulares da época, mas, autodidata, chegou até onde quis ir. Casando-se criança, enfrentou muito cedo a luta da família, retirando, como funcionário dos Correios, um parco vencimento para a subsistência dos seus. Chegou ao alto posto de contador da sub-administração, em cuja função recebeu dos seus superiores hierárquicos os mais francos e destacados elogios pelo proficiente desempenho que imprimiu aos serviços de comunicação postal.
Procurou seguir a mesma estrada que o pai trilhava. Faltando-lhe recursos financeiros para se diplomar por uma escola superior, mas vivendo e ouvindo as lições paternas, conseguiu uma carta de advogado provisionado, cuja profissão exerceu com muita lisura e inteligência.
Ocupou depois a promotoria pública e foi professor da Escola Normal. Ingressando na política, quis em 1896 o Partido Constitucional levá-lo à Câmara como seu representante.
Razões imperiosas impediram-no de aceitar a indicação.
Nesse mesmo ano, foi eleito Agente Executivo Municipal e no ano seguinte reeleito.
Em 1898 seu partido indicou-o como deputado estadual e mais tarde candidatou-se a senador; re-eleito algumas vezes, cumpriu o mandato até a malfadada revolução de 1930. Foi político na verdadeira acepção do termo; sagaz e fino, dotado de aguda percepção, era incapaz de maldades, vencendo sempre o adversário: sabia que o insultava, mas, na ocasião propícia, desarmava-o, oferecendo-lhe o que precisava. Graças a estas qualidades, foi respeitado como chefe e se firmou na política durante algumas décadas. A oposição se armou muitas vezes e nunca conseguiu derrubá-lo, porque seu esteio estava nas velhas amizades que solidificara. Para se ter uma ideia de como conduzia a política na velha Atenas do Norte, citarei dois fatos que muito me desvaneceram.
Filiando-me em 1930 à "Concentração Conservadora", abri luta no Município, quando caiu gravemente enfermo o Senador Mourão, meu antagonista e às pressas sou procurado para prestar-lhe assistência médica.
Não era o único clínico da cidade, seu partido tinha alguns, mas preferiu entregar sua vida ao adversário, que redobrou de cuidados para restituir-lhe a saúde. Outra vez fui distinguido com a honrosa incumbência de ser representante no Conselho Consultivo Municipal, fato que causou espanto ao Prefeito-Interventor da época, que querendo conciliar as correntes, pedia-lhe um partidário e recebia indicação de um competidor para defender-lhe os direitos. Um convite que honrou os dois, era o político confiando ao adversário a sorte de seus correligionários. Nossa educação política tinha destes rasgos, não se derramava sangue, vivia-se de cortesia. Grande parte desta educação devemo-la à índole pacata do Senador Mourão. Terminada a revolução, vaticinou tudo que aconteceria ao Brasil e por isso seus pares entenderam mandá-lo para o ostracismo, porque via na "Legião de Outubro" uma autêntica palhaçada. Seu ex-companheiro de Senado, Olegário Maciel, procurou vingar-se dele, colocando na prefeitura seu maior desafeto, mas o senador só caiu com a morte. Agravando-se seus males, que já vinham de longe, seguiu para a Capital do Estado e lá fechou os olhos hora e meia antes do presidente Olegário. Morreu pobre como viveu e como morriam os antigos políticos.
‎(in Vultos e Fatos de Diamantina de Soter Couto)‎
Advogado formado em Ouro Preto, foi o herdeiro político de seu velho pai, vindo a substituí-lo na Presidência do Partido Conservador e no Executivo Municipal. Foi eleito agente executivo municipal em 15/11/1896 e depois deputado estadual, numa eleição em que disputou com seu parente e amigo, Pedro da Matta Machado. O resultado foi :
Olympio Júlio Mourão ..... 27.000
Pedro da Matta Machado 6.000
No governo Silviano Brandão, foi convidado para deputado federal, tendo recusado. Mais tarde, foi eleito Senador Estadual e reeleito por diversos períodos até sua morte. Foi eleito pela Assembleia 1ð Secretário do Senado e Vice Presidente, assumindo a Presidência com o afastamento de Olegário Maciel, quando este foi Governador de Minas. Foi o Presidente do P.R.M em Diamantina. Na Revolução de 1930, apoiou Washington Luís e os Presidentes Bernardes e Wenceslau Brás. Com o fechamento do Senado Mineiro pelo Ditador Getúlio Vargas, retirou-se da vida pública , vindo a adoecer de traumatismo moral, falecendo uma hora antes de Olegário Maciel, seu conterrâneo e adversário político.
Seu prestígio de maior chefe político do Norte de Minas durante 30 anos assume grande realce por não ter sido favorecido pela fortuna, em contraposição aos seus conterrâneos Conselheiro Matta Machado e Senador Joaquim Felício dos Santos, que, apesar de grandes financistas, nunca o superaram na política estadual. O Presidente Francisco Salles também tentou diminuir sua força política, indicando o Dr. Bernardo Pinto Monteiro para Deputado Federal, à revelia do Senador. Olympio Júlio Mourão então indicou para concorrer ao cargo o Dr. Telles de Menezes, que ganhou com uma diferença de 10.000 votos.
A sua casa era a taba política onde se reuniam os Srs. Manoel Fulgêncio, Manoel Alves da Silva, Zeca Bento, Ignácio Murta, Edgard Cunha Pereira.
Foi fundador do clube abolicionista 21 de Abril, clube de cunho abolicionista que funcionava em sua própria casa.
Parece que Olympio Júlio Mourão se esforçou para manter o Morgado da família, combinando a advocacia com a atividade política. Construiu uma sólida carreira política, que certamente o teria levado ao Governo de Minas. Mas uma vez mais observamos que um Golpe de Estado, colocando o usurpador Getúlio Vargas no Governo Federal e suprimindo o Poder Legislativo, retirou-nos a oportunidade de um sucesso mais efetivo.
Em família, o Senador foi um homem amável para com os netos, quase nunca bebia, apenas uma taça de vinho madeira, em festas ou jantares, coisa rara em Diamantina.
Era uma raposa da velha política mineira, sendo exemplo desta vivacidade o seguinte caso contado por D® Wanita Miranda: " ..estava a família de Mercedes em grandes dificuldades financeiras, com Leopoldo desempregado. O Senador chamou Wanita ‎(com 8 anos de idade)‎ à sua casa e lhe deu as seguintes instruções: - "Wanita, você vai ao palácio do Bispo e pede prá falar com ele. Quando ele chegar, você fala assim: Excelentíssimo D. Joaquim, eu vim pedir um emprego para minha mãe: há uma vaga em Grão-Mogol ‎(cidade que fica a 250 Km de distância de Diamantina)‎. Então ele vai perguntar : — Sua mãe vai pÂ’rá Grão-Mogol ? E você fala assim: — Não !!!..., V.Excia vai transferir a vaga para Diamantina". E em uma semana, D® Mercedes começava a dar aulas na vaga em Diamantina.
‎(Do livro de Miguel Augusto de Miranda Mourão)‎
Sua neta Mariana escreveu em seu livro Outros Tempos... Quando eu era a heroína várias passagens em que relata fatos e casos sobre seu avô:
A CASA DE VOVÔ
No final da rua Macau do Meio, como fechando-a, encontra-se a casa do vovô.
Construída, inicialmente, para residência do Intendente Câmara, naqueles idos tempos do Tijuco, ela, provavelmente, foi testemunha muda das riquezas, em diamantes e ouro, do sofrimento dos escravos, que ousassem sonhar com a liberdade, ou algum garimpeiro que sonhasse com a riqueza.
Vovô, ao adquirí-la, fez-lhe algumas modificações. Mas, sua fachada, com seu longo alpendre, foi conservada. Talvez, os degraus da escada de pedra, dando acesso ao alpendre, tivessem sofrido alguma alteração.
O terreno dos fundos com o "Arraial dos Forros", denominação conservada até os dias de hoje, onde residiam os escravos que conseguiam alforria.
Possuía a propriedade uma nascente de águal "férrea", que apresentava um sabor peculiar e muito agradável ao paladar. Correndo debaixo de frondosa jabuticabeira, era utilizada, principalmente pelas crianças, depois que chupavam, à vontade, as deliciosas frutinhas. Como ainda não existia água canalizada em Diamantina, no fundo da área da cozinha existia um grande reservatório, com capacidade, possivelmente, para 200 metros cúbicos d'água. Esta entrava, constantemente, por um chafariz, em forma de uma cara. Quantas vezes nós subíamos no paredão do reservatório para descer correndo, afirmando termos visto a "cara da Raimunda..." filha de uma escrava, resultado de uma paixão passageira de um parente próximo de Vovô. E todos, na casa, a queriam muito bem. Apesar dos preconceitos relacionados com sua origem, ela dormia no próprio quarto de nossas jovens tias. Vítima de uma febre, ‎(provavelmente o tifo)‎, veio a falecer em plena mocidade.
O tifo que atacou mais diversos membros de nossa família, tia Ester, Pai, eu, Burão, teria o seu foco nesse reservatório ali construído? O fato é que ele foi repentinamente destruído. Em seu lugar existe, atualmente, uma varanda simpática e agradável, para o almoço.
O canto direito do alpendre, em frente da casa, era o local preferido do Vovô. Assentado, em sua cadeira de balanço, acompanhava, com seu "olhar de lince", tudo e todos, até cerca de 600 metros adiante. E cada um que se aproximava devia lhe relatar se alguma novidade era comentada na cidade.
Era um verdadeira patriarcado, a casa do Vovô.
Ele conservava os seus filhos e parentes, ao seu redor, consciente de seu papel protetor.
Às nove horas da noite era servido o "chá com torradas". Todos deviam estar presentes.
Aguardando o chá, era costume um jogo de cartas: "Burro" ou "Douradão".
E Vovô, em seu escritório, discutia com os "coronéis" os problemas políticos, as nomeações a serem pleiteadas ou as transferências ou demissões a serem providenciadas.
Era também praxe ser recitado o "terço", na Capela da casa. Sempre muito bem ornamentada e florida, com três altares, onde se encontravam as imagens de Nossa Senhora, Santo Antônio e São Sebastião. E ali, todos os dias, os netos eram levados a conversar com Jesus, com a Mãe do Céu, com o Anjo da Guarda. Pediam sempre pelos Pais e Avós. Se alguém fazia algum pedido especial a Santo Antônio, isto permanecia em segredo entre os dois... Tia Cecília ... Como era bondosa...
De casamento, Vovô não queria ouvir falar. Não incentivava nenhum pretendente para as filhas.
Mãe, a filha mais velha, casara-se, é certo, com um dos representantes políticos dos distritos subordinados à cidade. E era bastante um "Príncipe Herdeiro", com Pai era chamado. As tias, que se contentassem em acompanhar Vovó às Igrejas, passeios às tardes e com afazeres relacionados com os estudos. Quanto a netos, Vovô queria-os em grande número. Mas seus filhos se incumbiram dessa tarefa.
POLÍTICA
Vovô continuava com seu prestígio político.
Como um dos próceres do P.R.M., Artur Bernardes fora eleito presidente da República. Período agitado, quando ele provou ter têmpera de aço!
O "voto distrital" era bem controlado pelos Coronéis.
Quantas vezes, todas as pessoas da família, incluindo nós, os netos, não ficávamos horas e horas, dobrando as "chapas" com os nomes dos candidatos a serem eleitos, que eram enviadas aos "currais" eleitorais?
1923 - morre o Presidente de Minas, Raul Soares de Moura. Para substituí-lo é eleito Melo Viana, que deveria completar aquele quatriênio.
O maior sinal de prestígio para um político era receber, em sua terra, a visita do Presidente.
Diamantina, em abril de 1925, engalanada, aguarda, ansiosa, a chegada da comitiva Presidencial, conforme o anunciado.
Foguetes não são economizados.
A Banda de Música do 3o. Batalhão desfila, garbosamente, vibrando acordes, os mais harmoniosos e vibrantes.
O povo, em traje domingueiro, se amontoa pelas calçadas, sacadas e pontos mais elevados, para que possa melhor assistir o desfile das autoridades.
As instituições escolares, com todo seu Corpo Docente e Discente, formam alas, desde o Largo de Dom João, onde se encontra a Estação Ferroviária, descendo pela Avenida até ganhar a rua Direita, indo terminar na Praça principal da Cidade.
Aí, haveria a manifestação do povo, ao seu Presidente.
A Escola Normal "Américo Lopes" era a que mais se destacava. Suas alunas, em uniformes de gala, com braçadas de flores, saudariam a autoridade máxima do Estado.
Os sinos das igrejas repicavam.
E uma voz, jovem e vibrante, se erguia para desejar as "boas vindas" ao ilustre visitante.
Era Lenita.
Aluna do terceiro ano Normal, foi escolhida, por sua natural eloquência e desembaraço, para fazer chegar ao Presidente os anseios da mocidade daquela terra.
Emocionado, o Presidente ouve as palavras simples e sinceras, partidas de um coração puro, que não conhecia as intrigas do mundo, nem as perfídias dos homens.
E tudo foi alegria e aplausos, naqueles poucos dias.
Banquetes e Bailes os mais concorridos...
BODAS DE OURO
Os preparativos para comemorar as Bodas de Ouro de Vovô e Vovó eram os mais movimentados.
Todos os filhos e notes estariam presentes, além de outros parentes, que viriam de fora.
Foi alugada uma casa, nas proximidades, para comportar todos os hóspedes.
A casa foi "batizada" como a "Sonora".
Lá, os hóspedes ficariam, só para dormir. As refeições seriam tomadas na casa de Vovô.
Que reboliço! Quanta alegria!
E as galinhas eram sacrificadas, juntamente com os perus e leitões.
E os dias que antecediam a data das Bodas passavam céleres, com passeios, pic-nics, serenatas.
E estribilhos em voga, na época, eram cantados, principalmente, por nós: "Um elefante amola muita gente. Dois elefantes amolam, amolam muito a gente.. Três elefantes amolam, amolam, amolam muito a gente..." e assim continuavam. Ou então era a de: "Seu Flausino tem uma flauta, a Flauta de Seu Flausino, Titia sempre dizia: Toca, toca, Seu Flausino tinha uma flauta, a flauta de Seu Flausino, Titia sempre dizia: Toca, toca..." e assim continuávamos por muito tempo, entre risadas. Alegre temporada, aquela...
Cecy, uma das noras, era exímia doceira.
Tomou a si a responsabilidade de confeccionar os doces para a festa: Cajuzinhos, maçãzinhas, olhos de sogra, beijinhos, tronquinho, foram introduzidas pela primeira vez em Diamantina.
Mas, ao lado destas novidades, estavam as infalíveis compotas de frutas e a geléia de mocotó, fabricada por especialistas, apresentadas em cálices quais translúcidos vinhos franceses.
No dia três de fevereiro, com o maior requinte, todos se apresentavam, em toaletes novas, para assistir ao Ofício Sagrado. Este foi celebrado, solenemente, pelo Senhor Arcebispo Metropolitano.
Comemorando tão magna data, todos os parentes comungaram.
E a Banda do 3o. Batalhão alegrava a manhã, com seus toques festivos.
Durante todo o dia, os Avós receberam inúmeras visitas e cumprimentos de toda a população.
À noite, antes do banquete, houve uma manifestação popular, com fogos, música e discursos.
Em seguida, foi iniciado o banquete, que deu muito o que falar... Os leitões assados, por Georgeta e a mãe de Vigica, estavam saborosos. Enfeitados de rodelas de limão com azeitonas, traziam na boca uma flor. E a farofa que os acompanhava era suculenta.
Os empadões de galinha e palmito, arroz de forno, tutu com linguiça, macarronada, empadinhas e tanta coisa mais, punham "água na boca" dos mais apreciadores de gastronomia.
Frutas e bebidas importadas completavam a variedade existente.
Após o banquete, com discursos e cantigas, a mocidade inquieta e buliçosa transferiu-se para a nossa casa para dançar.
Para mim, isto foi o máximo que podia acontecer.
Agora, cá em casa, como Mãe poderia impedir que eu tomasse parte e dançasse?
Mas dançar, como? Nunca experimentara antes.
Aceitei o oferecimento de Elza Neves, uma colega, para me ensinar a dançar. Dancei a valsa, o tango argentino e o charleston!
Daí a instantes, estava na sala, nos braços dos rapazes, realizando um de meus sonhos mais acalentados na vida! Minha felicidade foi completa!
Dancei todas as vezes!
Como foi bom comemorar as Bodas de Ouro de Vovô lá em casa!...
CANDIDATO PREVIDENTE
A Política era manhosa e dominadora, como sempre.
Os coronéis continuavam sendo respeitados e donos absolutos da situação.
Entretanto, como sempre ouvia dizer, o modo de agir de Vovó era sereno, evitando cometer uma injustiça, nunca abusando do poder que desfrutava.
Havia mesmo o comentário, em surdina na Cidade, que ele atendia talvez, mais ao inimigo político, que a seus correligionários.
Eram comentários... nada soube de mais concreto, para provar isto.
Mas, que ele nunca solicitava favores para parentes, isto era "público e notório".
Os cargos públicos existentes na cidade, na época, eram em número bastante reduzidos? Juiz de Direito, Juiz Municipal, Promotor de Justiça, Coletor Estadual, Delegado de Polícia... Professores...
Houve o caso de estando à morte o carcereiro local, um candidato à vaga, aguardou na casa do moribundo, seu falecimento, para, em seguida, vir à casa do Senador, solicitar o lugar. Mas, informado que a vaga já estava comprometida, para outro candidato.
Cabisbaixo, Seu Vicente, foi se afastando silencioso e amargurado.
Aquele inesperado compromisso de compadre, transformava, completamente, seus cálculos.
Súbito, uma idéia lhe ocorreu.
Retrocedendo, disse: "Olha, Senador. Então, desde hoje o Senhor fica comprometido comigo. Quando seu José morrer, é minha a vaga".
Vovô, admirado, sorriu aquiescendo.
Seu Vicente, tranquilizado e confiante na precocidade da morte de seu rival, afastou-se rapidamente.
Sabem o que mais?
Ele ainda conseguiu a vaga pleiteada...
E era bem mais velho que seu antecessor.
MAIS POLÍTICA
Aproximava-se a época das eleições.
Havia no ar um sintoma de reação contra o poder federal.
O afamado esquema "Café com Leite", não podia deixar de funcionar. ‎(No Governo Federal - Minas - São Paulo)‎
Washington Luiz Pereira de Souza, o chamado "Paulista de Macaé", filho do Rio, mas apoiado politicamente em São Paulo, rompeu a tradição.
Apoiou para candidato à Presidência da República para substituí-lo outro paulista: Júlio Prestes. Para vice-presidente o baiano Vital Soares.
O P.R.M. que indicara para o governo federal Antônio Carlos, considerou "traição" a decisão de Washington Luiz.
Nasceu daí, a Aliança Liberal, composta pelos Estados de Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Os candidatos à Presidência e vice-presidência seriam: Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul e João Pessoa, da Paraíba.
E o povo entusiasmou-se, querendo demonstrar que sua vontade era soberana. "Abaixo o despotismo federal!"
Chegou o dia das eleições e em seguida a decepção geral.
O sistema de apuração de votos era o mais rudimentar.
A anotação à "bico de pena" dava oportunidade e facilitava a distorcer os resultados. E a vitória foi proclamada para os candidatos do governo federal.
Com isto, não se conformaram os partidários da Aliança Liberal.
Era Presidente de Minas, Olegário Maciel.
E a Revolução de Trinta estourou.
A mocidade, arrebatada e idealista, alistou-se como voluntária. Foi engrossar a fileira dos combatentes da Serra da Mantiqueira. Não tomava conhecimento que se tratava de uma luta fraticida! Iriam trucidar os próprios irmãos!
E, foi lá na Mantiqueira, que muitos mineiros derramavam o seu sangue, querendo assim deixar escrito, indelevelmente, o direito de defender o ideal de liberdade, de justiça e de respeito à vontade soberana do povo.
Heráclito apresentou-se como voluntário.
Partiu, deixando os Pais, em Diamantina, aguardando ansiosos suas notícias. E, as que chegavam eram as mais alarmantes e desencontradas.
Em Diamantina, os comícios, para entusiasmar a população, eram frequentes.
Todas as noites, o Palanque, no centro da cidade, era ocupado por um ou outro orador, que entusiasmava a multidão. E o povo ouvia e aplaudia, de longe, o movimento revolucionário, pois não via de perto dos tiros e a matança...
Pai, meio filósofo e experimentado, não era dado a muitas demonstrações de seu entusiasmo.
Observava o desenrolar dos acontecimentos.
Certa noite, ao regressar à casa, atravessava a praça, onde o povo aplaudia os oradores entusiasmados.
Ele ouviu uma voz feminina, que lhe pareceu conhecida.
Olha para o Palanque. Quem vê? Eu, sua filha, ali estava, toda inflamada, incitando a multidão a pegar em armas: "Senhores, Minas está em forma de um Triângulo luminoso, juntamente com o Rio Grande do Sul e Paraíba! E as mulheres, junto aos homens, querem demonstrar que estarão presentes, dando mais que seu estímulo e entusiasmo àqueles que partem, para defender uma Pátria livre e forte.
Elas darão o seu esforço, sua cooperação, seu sangue e a própria vida se a tanto forem obrigadas, junto nos campos de batalha. Porque, podem estar certos, nosso patriotismo é tão sagrado e incontrolável, nossa fé e confiança na boa causa é tão grande, que empunharemos armas, lado a lado com os homens, na defesa de nossos ideais!..."
Pai, estarrecido, ouvia os comentários ao seu redor, sobre o que acabava de ser pronunciado. E seu espanto chegava ao auge da indignação!
"Como ela ousava fazer tal pronunciamento em público, sem o consentimento paterno?..."
Chegando em casa, foi explodindo com a atônita Mãe, que tudo ignorava.
Era o cúmulo! Mãe partiu imediatamente para o local do "meeting", trazendo de volta para casa a filha que estava por demais entusiasmada.
Em Belo Horizonte, no dia três de outubro, o Senado permanecia em Reunião, quando foi informado ter estourado a revolução.
Vovô, conduzido por um amigo, conseguiu sair pelas portas do fundo do Grande Hotel, regressando a Diamantina.
Quem permaneceu no recinto foi preso pelas forças revolucionárias.
E os dias do mês de outubro de 1930, trouxeram muitas lágrimas, temores, orações e novenas. Pois, os soldados do 3o. batalhão tinham seguido para frente de operações e o sangue de dezenas deles embebeu o solo da Pátria!
Mas, os comícios continuavam.
As passeatas de colegiais e seminaristas aconteciam, dia a dia. Em seus arroubos varonis, julgavam contribuir para a libertação da Pátria, com aquelas demonstrações públicas de civismo.
O Batalhão Feminino foi organizado.
Era comum o desfile dos elementos do Batalhão, pelas ruas da cidade. Lições de enfermagem, atendimento de primeiros socorros eram ministrados pelos médicos, para caso de uma convocação para o front.
As Escolas não funcionavam.
O tumulto era geral.
Notícias da Revolução não chegavam com muita presteza. Sabia-se que as Forças Riograndenses estavam concentradas em Itararé, ameaçando invadir São Paulo.
No Nordeste, Juarez Távora dominava a situação.
Minas, combatia ferozmente, na Mantiqueira.
Decorridos vinte dias, no Rio, o Cardeal D. Leme é o emissário oficial que vai até o Catete discutir com Washington Luiz a gravidade da situação.
O desfecho foi a rendição do Governo, embarcando o Presidente para a Europa. Vinte e quatro de outubro de 1930. A Revolução estava vitoriosa!
Organizava-se o Trio que seria responsável, provisoriamente, pelos destinos do País: Almirante Isaías de Noronha, Generais Mena Barreto e Tarso Fragoso.
Em três de novembro, Getúlio Vargas assumia o poder, como Chefe do Governo Provisório, que sem implantava.
Em Diamantina, Vovô sente abalado o seu prestígio político de quarenta anos.
A ala oposicionista tomou as rédeas da política.
O Senador volta-se, completamente, para a família.
Continua a ser visitado por antigos correligionários.
Sua saúde começa a apresentar sintomas mais pronunciados de debilidade como consequência do golpe que sofrera, partindo de um ex-adepto do P.R.M., o partido pelo qual batalhou.
É levado para Belo Horizonte, em tratamento.
Em cinco de Setembro de 1933, veio a falecer, após prolongado tratamento.
Por uma coincidência, neste mesmo dia, falece Olegário Maciel, o companheiro de outrora... então no Governo de Minas.
Lá em Diamantina, derramei lágrimas copiosas, pelo desaparecimento de um Avô, com quem tinha tanta afinidade!
Foi o companheiro de conversas por horas a fio! Sentado em sua cadeira de balanço, lá no fundo do alpendre, ele me contava a história da terra, o Tijuco, com seus homens, sua vida!
Eu, sempre muito atenta, bebia suas palavras e ensinamentos, com amor e carinho.
Agora... Adeus!... Nunca mais!...
Mas, terei semrpe viva em minha mente a lembrança e os conselhos daquele verdadeiro homem, afável e manso, que desconhecia a vingança e o ódio, feito para compreender, amar e perdoar!
‎[Belo Horizonte, 1975-1976]‎

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Fontes

Fonte

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A Saga dos Mourão

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  Texto: Advogado formado em Ouro Preto, foi o herdeiro político de seu velho pai, vindo a substituí-lo na Presidência do Partido Conservador e no Executivo Municipal. Foi eleito agente executivo municipal em 15/11/1896 e depois deputado estadual, numa eleição em que disputou com seu parente e amigo, Pedro da Matta Machado. O resultado foi :
Olympio Júlio Mourão ..... 27.000
Pedro da Matta Machado 6.000
No governo Silviano Brandão, foi convidado para deputado federal, tendo recusado. Mais tarde, foi eleito Senador Estadual e reeleito por diversos períodos até sua morte. Foi eleito pela Assembleia 1ð Secretário do Senado e Vice Presidente, assumindo a Presidência com o afastamento de Olegário Maciel, quando este foi Governador de Minas. Foi o Presidente do P.R.M em Diamantina. Na Revolução de 1930, apoiou Washington Luís e os Presidentes Bernardes e Wenceslau Brás. Com o fechamento do Senado Mineiro pelo Ditador Getúlio Vargas, retirou-se da vida pública , vindo a adoecer de traumatismo moral, falecendo uma hora antes de Olegário Maciel, seu conterrâneo e adversário político.
Seu prestígio de maior chefe político do Norte de Minas durante 30 anos assume grande realce por não ter sido favorecido pela fortuna, em contraposição aos seus conterrâneos Conselheiro Matta Machado e Senador Joaquim Felício dos Santos, que, apesar de grandes financistas, nunca o superaram na política estadual. O Presidente Francisco Salles também tentou diminuir sua força política, indicando o Dr. Bernardo Pinto Monteiro para Deputado Federal, à revelia do Senador. Olympio Júlio Mourão então indicou para concorrer ao cargo o Dr. Telles de Menezes, que ganhou com uma diferença de 10.000 votos.
A sua casa era a taba política onde se reuniam os Srs. Manoel Fulgêncio, Manoel Alves da Silva, Zeca Bento, Ignácio Murta, Edgard Cunha Pereira.
Foi fundador do clube abolicionista 21 de Abril, clube de cunho abolicionista que funcionava em sua própria casa.
Parece que Olympio Júlio Mourão se esforçou para manter o Morgado da família, combinando a advocacia com a atividade política. Construiu uma sólida carreira política, que certamente o teria levado ao Governo de Minas. Mas uma vez mais observamos que um Golpe de Estado, colocando o usurpador Getúlio Vargas no Governo Federal e suprimindo o Poder Legislativo, retirou-nos a oportunidade de um sucesso mais efetivo.
Em família, o Senador foi um homem amável para com os netos, quase nunca bebia, apenas uma taça de vinho madeira, em festas ou jantares, coisa rara em Diamantina.
Era uma raposa da velha política mineira, sendo exemplo desta vivacidade o seguinte caso contado por D® Wanita Miranda: " ..estava a família de Mercedes em grandes dificuldades financeiras, com Leopoldo desempregado. O Senador chamou Wanita ‎(com 8 anos de idade)‎ à sua casa e lhe deu as seguintes instruções: - "Wanita, você vai ao palácio do Bispo e pede prá falar com ele. Quando ele chegar, você fala assim: Excelentíssimo D. Joaquim, eu vim pedir um emprego para minha mãe: há uma vaga em Grão-Mogol ‎(cidade que fica a 250 Km de distância de Diamantina)‎. Então ele vai perguntar : - Sua mãe vai pÂ’rá Grão-Mogol ? E você fala assim: - Não !!!..., V.Excia vai transferir a vaga para Diamantina". E em uma semana, D® Mercedes começava a dar aulas na vaga em Diamantina.

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Vultos e Fatos de Diamantina

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  Texto: Por esforço próprio, adquiriu conhecimentos básicos e gerais que o fizeram vencedor na vida.
A pouca instrução que recebeu foi-lhe ministrada pelos professores particulares da época, mas, autodidata, chegou até onde quis ir. Casando-se criança, enfrentou muito cedo a luta da família, retirando, como funcionário dos Correios, um parco vencimento para a subsistência dos seus. Chegou ao alto posto de contador da sub-administração, em cuja função recebeu dos seus superiores hierárquicos os mais francos e destacados elogios pelo proficiente desempenho que imprimiu aos serviços de comunicação postal.
Procurou seguir a mesma estrada que o pai trilhava. Faltando-lhe recursos financeiros para se diplomar por uma escola superior, mas vivendo e ouvindo as lições paternas, conseguiu uma carta de advogado provisionado, cuja profissão exerceu com muita lisura e inteligência.
Ocupou depois a promotoria pública e foi professor da Escola Normal. Ingressando na política, quis em 1896 o Partido Constitucional levá-lo à Câmara como seu representante.
Razões imperiosas impediram-no de aceitar a indicação.
Nesse mesmo ano, foi eleito Agente Executivo Municipal e no ano seguinte reeleito.
Em 1898 seu partido indicou-o como deputado estadual e mais tarde candidatou-se a senador; re-eleito algumas vezes, cumpriu o mandato até a malfadada revolução de 1930. Foi político na verdadeira acepção do termo; sagaz e fino, dotado de aguda percepção, era incapaz de maldades, vencendo sempre o adversário: sabia que o insultava, mas, na ocasião propícia, desarmava-o, oferecendo-lhe o que precisava. Graças a estas qualidades, foi respeitado como chefe e se firmou na política durante algumas décadas. A oposição se armou muitas vezes e nunca conseguiu derrubá-lo, porque seu esteio estava nas velhas amizades que solidificara. Para se ter uma ideia de como conduzia a política na velha Atenas do Norte, citarei dois fatos que muito me desvaneceram.
Filiando-me em 1930 à "Concentração Conservadora", abri luta no Município, quando caiu gravemente enfermo o Senador Mourão, meu antagonista e às pressas sou procurado para prestar-lhe assistência médica.
Não era o único clínico da cidade, seu partido tinha alguns, mas preferiu entregar sua vida ao adversário, que redobrou de cuidados para restituir-lhe a saúde. Outra vez fui distinguido com a honrosa incumbência de ser representante no Conselho Consultivo Municipal, fato que causou espanto ao Prefeito-Interventor da época, que querendo conciliar as correntes, pedia-lhe um partidário e recebia indicação de um competidor para defender-lhe os direitos. Um convite que honrou os dois, era o político confiando ao adversário a sorte de seus correligionários. Nossa educação política tinha destes rasgos, não se derramava sangue, vivia-se de cortesia. Grande parte desta educação devemo-la à índole pacata do Senador Mourão. Terminada a revolução, vaticinou tudo que aconteceria ao Brasil e por isso seus pares entenderam mandá-lo para o ostracismo, porque via na "Legião de Outubro" uma autêntica palhaçada. Seu ex-companheiro de Senado, Olegário Maciel, procurou vingar-se dele, colocando na prefeitura seu maior desafeto, mas o senador só caiu com a morte. Agravando-se seus males, que já vinham de longe, seguiu para a Capital do Estado e lá fechou os olhos hora e meia antes do presidente Olegário. Morreu pobre como viveu e como morriam os antigos políticos.

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Outros Tempos... Quando eu era Heroína

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Detalhes da Citação:  pp. 8-9
  Texto: A CASA DE VOVÔ
No final da rua Macau do Meio, como fechando-a, encontra-se a casa do vovô.
Construída, inicialmente, para residência do Intendente Câmara, naqueles idos tempos do Tijuco, ela, provavelmente, foi testemunha muda das riquezas, em diamantes e ouro, do sofrimento dos escravos, que ousassem sonhar com a liberdade, ou algum garimpeiro que sonhasse com a riqueza.
Vovô, ao adquirí-la, fez-lhe algumas modificações. Mas, sua fachada, com seu longo alpendre, foi conservada. Talvez, os degraus da escada de pedra, dando acesso ao alpendre, tivessem sofrido alguma alteração.
O terreno dos fundos com o "Arraial dos Forros", denominação conservada até os dias de hoje, onde residiam os escravos que conseguiam alforria.
Possuía a propriedade uma nascente de águal "férrea", que apresentava um sabor peculiar e muito agradável ao paladar. Correndo debaixo de frondosa jabuticabeira, era utilizada, principalmente pelas crianças, depois que chupavam, à vontade, as deliciosas frutinhas. Como ainda não existia água canalizada em Diamantina, no fundo da área da cozinha existia um grande reservatório, com capacidade, possivelmente, para 200 metros cúbicos d'água. Esta entrava, constantemente, por um chafariz, em forma de uma cara. Quantas vezes nós subíamos no paredão do reservatório para descer correndo, afirmando termos visto a "cara da Raimunda..." filha de uma escrava, resultado de uma paixão passageira de um parente próximo de Vovô. E todos, na casa, a queriam muito bem. Apesar dos preconceitos relacionados com sua origem, ela dormia no próprio quarto de nossas jovens tias. Vítima de uma febre, ‎(provavelmente o tifo)‎, veio a falecer em plena mocidade.
O tifo que atacou mais diversos membros de nossa família, tia Ester, Pai, eu, Burão, teria o seu foco nesse reservatório ali construído? O fato é que ele foi repentinamente destruído. Em seu lugar existe, atualmente, uma varanda simpática e agradável, para o almoço.
O canto direito do alpendre, em frente da casa, era o local preferido do Vovô. Assentado, em sua cadeira de balanço, acompanhava, com seu "olhar de lince", tudo e todos, até cerca de 600 metros adiante. E cada um que se aproximava devia lhe relatar se alguma novidade era comentada na cidade.
Era um verdadeira patriarcado, a casa do Vovô.
Ele conservava os seus filhos e parentes, ao seu redor, consciente de seu papel protetor.
Às nove horas da noite era servido o "chá com torradas". Todos deviam estar presentes.
Aguardando o chá, era costume um jogo de cartas: "Burro" ou "Douradão".
E Vovô, em seu escritório, discutia com os "coronéis" os problemas políticos, as nomeações a serem pleiteadas ou as transferências ou demissões a serem providenciadas.
Era também praxe ser recitado o "terço", na Capela da casa. Sempre muito bem ornamentada e florida, com três altares, onde se encontravam as imagens de Nossa Senhora, Santo Antônio e São Sebastião. E ali, todos os dias, os netos eram levados a conversar com Jesus, com a Mãe do Céu, com o Anjo da Guarda. Pediam sempre pelos Pais e Avós. Se alguém fazia algum pedido especial a Santo Antônio, isto permanecia em segredo entre os dois... Tia Cecília... Como era bondosa...
De casamento, Vovô não queria ouvir falar. Não incentivava nenhum pretendente para as filhas.
Mãe, a filha mais velha, casara-se, é certo, com um dos representantes políticos dos distritos subordinados à cidade. E era bastante um "Príncipe Herdeiro", como Pai era chamado. As tias, que se contentassem em acompanhar Vovó às Igrejas, passeios às tardes e com afazeres relacionados com os estudos. Quanto a netos, Vovô queria-os em grande número. Mas seus filhos se incumbiram dessa tarefa.

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Outros Tempos... Quando eu era Heroína
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Detalhes da Citação:  pp. 25-26
  Texto: POLÍTICA
Vovô continuava com seu prestígio político.
Como um dos próceres do P.R.M., Artur Bernardes fora eleito presidente da República. Período agitado, quando ele provou ter têmpera de aço!
O "voto distrital" era bem controlado pelos Coronéis.
Quantas vezes, todas as pessoas da família, incluindo nós, os netos, não ficávamos horas e horas, dobrando as "chapas" com os nomes dos candidatos a serem eleitos, que eram enviadas aos "currais" eleitorais?
1923 - morre o Presidente de Minas, Raul Soares de Moura. Para substituí-lo é eleito Melo Viana, que deveria completar aquele quatriênio.
O maior sinal de prestígio para um político era receber, em sua terra, a visita do Presidente.
Diamantina, em abril de 1925, engalanada, aguarda, ansiosa, a chegada da comitiva Presidencial, conforme o anunciado.
Foguetes não são economizados.
A Banda de Música do 3o. Batalhão desfila, garbosamente, vibrando acordes, os mais harmoniosos e vibrantes.
O povo, em traje domingueiro, se amontoa pelas calçadas, sacadas e pontos mais elevados, para que possa melhor assistir o desfile das autoridades.
As instituições escolares, com todo seu Corpo Docente e Discente, formam alas, desde o Largo de Dom João, onde se encontra a Estação Ferroviária, descendo pela Avenida até ganhar a rua Direita, indo terminar na Praça principal da Cidade.
Aí, haveria a manifestação do povo, ao seu Presidente.
A Escola Normal "Américo Lopes" era a que mais se destacava. Suas alunas, em uniformes de gala, com braçadas de flores, saudariam a autoridade máxima do Estado.
Os sinos das igrejas repicavam.
E uma voz, jovem e vibrante, se erguia para desejar as "boas vindas" ao ilustre visitante.
Era Lenita.
Aluna do terceiro ano Normal, foi escolhida, por sua natural eloquência e desembaraço, para fazer chegar ao Presidente os anseios da mocidade daquela terra.
Emocionado, o Presidente ouve as palavras simples e sinceras, partidas de um coração puro, que não conhecia as intrigas do mundo, nem as perfídias dos homens.
E tudo foi alegria e aplausos, naqueles poucos dias.
Banquetes e Bailes os mais concorridos...

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Outros Tempos... Quando eu era Heroína
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Detalhes da Citação:  pp. 63-64
  Texto: BODAS DE OURO
Os preparativos para comemorar as Bodas de Ouro de Vovô e Vovó eram os mais movimentados.
Todos os filhos e notes estariam presentes, além de outros parentes, que viriam de fora.
Foi alugada uma casa, nas proximidades, para comportar todos os hóspedes.
A casa foi "batizada" como a "Sonora".
Lá, os hóspedes ficariam, só para dormir. As refeições seriam tomadas na casa de Vovô.
Que reboliço! Quanta alegria!
E as galinhas eram sacrificadas, juntamente com os perus e leitões.
E os dias que antecediam a data das Bodas passavam céleres, com passeios, pic-nics, serenatas.
E estribilhos em voga, na época, eram cantados, principalmente, por nós: "Um elefante amola muita gente. Dois elefantes amolam, amolam muito a gente.. Três elefantes amolam, amolam, amolam muito a gente..." e assim continuavam. Ou então era a de: "Seu Flausino tem uma flauta, a Flauta de Seu Flausino, Titia sempre dizia: Toca, toca, Seu Flausino tinha uma flauta, a flauta de Seu Flausino, Titia sempre dizia: Toca, toca..." e assim continuávamos por muito tempo, entre risadas. Alegre temporada, aquela...
Cecy, uma das noras, era exímia doceira.
Tomou a si a responsabilidade de confeccionar os doces para a festa: Cajuzinhos, maçãzinhas, olhos de sogra, beijinhos, tronquinho, foram introduzidas pela primeira vez em Diamantina.
Mas, ao lado destas novidades, estavam as infalíveis compotas de frutas e a geléia de mocotó, fabricada por especialistas, apresentadas em cálices quais translúcidos vinhos franceses.
No dia três de fevereiro, com o maior requinte, todos se apresentavam, em toaletes novas, para assistir ao Ofício Sagrado. Este foi celebrado, solenemente, pelo Senhor Arcebispo Metropolitano.
Comemorando tão magna data, todos os parentes comungaram.
E a Banda do 3o. Batalhão alegrava a manhã, com seus toques festivos.
Durante todo o dia, os Avós receberam inúmeras visitas e cumprimentos de toda a população.
À noite, antes do banquete, houve uma manifestação popular, com fogos, música e discursos.
Em seguida, foi iniciado o banquete, que deu muito o que falar... Os leitões assados, por Georgeta e a mãe de Vigica, estavam saborosos. Enfeitados de rodelas de limão com azeitonas, traziam na boca uma flor. E a farofa que os acompanhava era suculenta.
Os empadões de galinha e palmito, arroz de forno, tutu com linguiça, macarronada, empadinhas e tanta coisa mais, punham "água na boca" dos mais apreciadores de gastronomia.
Frutas e bebidas importadas completavam a variedade existente.
Após o banquete, com discursos e cantigas, a mocidade inquieta e buliçosa transferiu-se para a nossa casa para dançar.
Para mim, isto foi o máximo que podia acontecer.
Agora, cá em casa, como Mãe poderia impedir que eu tomasse parte e dançasse?
Mas dançar, como? Nunca experimentara antes.
Aceitei o oferecimento de Elza Neves, uma colega, para me ensinar a dançar. Dancei a valsa, o tango argentino e o charleston!
Daí a instantes, estava na sala, nos braços dos rapazes, realizando um de meus sonhos mais acalentados na vida! Minha felicidade foi completa!
Dancei todas as vezes!
Como foi bom comemorar as Bodas de Ouro de Vovô lá em casa!...

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Detalhes da Citação:  pp. 86
  Texto: CANDIDATO PREVIDENTE
A Política era manhosa e dominadora, como sempre.
Os coronéis continuavam sendo respeitados e donos absolutos da situação.
Entretanto, como sempre ouvia dizer, o modo de agir de Vovó era sereno, evitando cometer uma injustiça, nunca abusando do poder que desfrutava.
Havia mesmo o comentário, em surdina na Cidade, que ele atendia talvez, mais ao inimigo político, que a seus correligionários.
Eram comentários... nada soube de mais concreto, para provar isto.
Mas, que ele nunca solicitava favores para parentes, isto era "público e notório".
Os cargos públicos existentes na cidade, na época, eram em número bastante reduzidos? Juiz de Direito, Juiz Municipal, Promotor de Justiça, Coletor Estadual, Delegado de Polícia... Professores...
Houve o caso de estando à morte o carcereiro local, um candidato à vaga, aguardou na casa do moribundo, seu falecimento, para, em seguida, vir à casa do Senador, solicitar o lugar. Mas, informado que a vaga já estava comprometida, para outro candidato.
Cabisbaixo, Seu Vicente, foi se afastando silencioso e amargurado.
Aquele inesperado compromisso de compadre, transformava, completamente, seus cálculos.
Súbito, uma idéia lhe ocorreu.
Retrocedendo, disse: "Olha, Senador. Então, desde hoje o Senhor fica comprometido comigo. Quando seu José morrer, é minha a vaga".
Vovô, admirado, sorriu aquiescendo.
Seu Vicente, tranquilizado e confiante na precocidade da morte de seu rival, afastou-se rapidamente.
Sabem o que mais?
Ele ainda conseguiu a vaga pleiteada...
E era bem mais velho que seu antecessor.

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Detalhes da Citação:  pp. 96-99
  Texto: MAIS POLÍTICA
Aproximava-se a época das eleições.
Havia no ar um sintoma de reação contra o poder federal.
O afamado esquema "Café com Leite", não podia deixar de funcionar. ‎(No Governo Federal - Minas - São Paulo)‎
Washington Luiz Pereira de Souza, o chamado "Paulista de Macaé", filho do Rio, mas apoiado politicamente em São Paulo, rompeu a tradição.
Apoiou para candidato à Presidência da República para substituí-lo outro paulista: Júlio Prestes. Para vice-presidente o baiano Vital Soares.
O P.R.M. que indicara para o governo federal Antônio Carlos, considerou "traição" a decisão de Washington Luiz.
Nasceu daí, a Aliança Liberal, composta pelos Estados de Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Os candidatos à Presidência e vice-presidência seriam: Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul e João Pessoa, da Paraíba.
E o povo entusiasmou-se, querendo demonstrar que sua vontade era soberana. "Abaixo o despotismo federal!"
Chegou o dia das eleições e em seguida a decepção geral.
O sistema de apuração de votos era o mais rudimentar.
A anotação à "bico de pena" dava oportunidade e facilitava a distorcer os resultados. E a vitória foi proclamada para os candidatos do governo federal.
Com isto, não se conformaram os partidários da Aliança Liberal.
Era Presidente de Minas, Olegário Maciel.
E a Revolução de Trinta estourou.
A mocidade, arrebatada e idealista, alistou-se como voluntária. Foi engrossar a fileira dos combatentes da Serra da Mantiqueira. Não tomava conhecimento que se tratava de uma luta fraticida! Iriam trucidar os próprios irmãos!
E, foi lá na Mantiqueira, que muitos mineiros derramavam o seu sangue, querendo assim deixar escrito, indelevelmente, o direito de defender o ideal de liberdade, de justiça e de respeito à vontade soberana do povo.
Heráclito apresentou-se como voluntário.
Partiu, deixando os Pais, em Diamantina, aguardando ansiosos suas notícias. E, as que chegavam eram as mais alarmantes e desencontradas.
Em Diamantina, os comícios, para entusiasmar a população, eram frequentes.
Todas as noites, o Palanque, no centro da cidade, era ocupado por um ou outro orador, que entusiasmava a multidão. E o povo ouvia e aplaudia, de longe, o movimento revolucionário, pois não via de perto dos tiros e a matança...
Pai, meio filósofo e experimentado, não era dado a muitas demonstrações de seu entusiasmo.
Observava o desenrolar dos acontecimentos.
Certa noite, ao regressar à casa, atravessava a praça, onde o povo aplaudia os oradores entusiasmados.
Ele ouviu uma voz feminina, que lhe pareceu conhecida.
Olha para o Palanque. Quem vê? Eu, sua filha, ali estava, toda inflamada, incitando a multidão a pegar em armas: "Senhores, Minas está em forma de um Triângulo luminoso, juntamente com o Rio Grande do Sul e Paraíba! E as mulheres, junto aos homens, querem demonstrar que estarão presentes, dando mais que seu estímulo e entusiasmo àqueles que partem, para defender uma Pátria livre e forte.
Elas darão o seu esforço, sua cooperação, seu sangue e a própria vida se a tanto forem obrigadas, junto nos campos de batalha. Porque, podem estar certos, nosso patriotismo é tão sagrado e incontrolável, nossa fé e confiança na boa causa é tão grande, que empunharemos armas, lado a lado com os homens, na defesa de nossos ideais!..."
Pai, estarrecido, ouvia os comentários ao seu redor, sobre o que acabava de ser pronunciado. E seu espanto chegava ao auge da indignação!
"Como ela ousava fazer tal pronunciamento em público, sem o consentimento paterno?..."
Chegando em casa, foi explodindo com a atônita Mãe, que tudo ignorava.
Era o cúmulo! Mãe partiu imediatamente para o local do "meeting", trazendo de volta para casa a filha que estava por demais entusiasmada.
Em Belo Horizonte, no dia três de outubro, o Senado permanecia em Reunião, quando foi informado ter estourado a revolução.
Vovô, conduzido por um amigo, conseguiu sair pelas portas do fundo do Grande Hotel, regressando a Diamantina.
Quem permaneceu no recinto foi preso pelas forças revolucionárias.
E os dias do mês de outubro de 1930, trouxeram muitas lágrimas, temores, orações e novenas. Pois, os soldados do 3o. batalhão tinham seguido para frente de operações e o sangue de dezenas deles embebeu o solo da Pátria!
Mas, os comícios continuavam.
As passeatas de colegiais e seminaristas aconteciam, dia a dia. Em seus arroubos varonis, julgavam contribuir para a libertação da Pátria, com aquelas demonstrações públicas de civismo.
O Batalhão Feminino foi organizado.
Era comum o desfile dos elementos do Batalhão, pelas ruas da cidade. Lições de enfermagem, atendimento de primeiros socorros eram ministrados pelos médicos, para caso de uma convocação para o front.
As Escolas não funcionavam.
O tumulto era geral.
Notícias da Revolução não chegavam com muita presteza. Sabia-se que as Forças Riograndenses estavam concentradas em Itararé, ameaçando invadir São Paulo.
No Nordeste, Juarez Távora dominava a situação.
Minas, combatia ferozmente, na Mantiqueira.
Decorridos vinte dias, no Rio, o Cardeal D. Leme é o emissário oficial que vai até o Catete discutir com Washington Luiz a gravidade da situação.
O desfecho foi a rendição do Governo, embarcando o Presidente para a Europa. Vinte e quatro de outubro de 1930. A Revolução estava vitoriosa!
Organizava-se o Trio que seria responsável, provisoriamente, pelos destinos do País: Almirante Isaías de Noronha, Generais Mena Barreto e Tarso Fragoso.
Em três de novembro, Getúlio Vargas assumia o poder, como Chefe do Governo Provisório, que sem implantava.
Em Diamantina, Vovô sente abalado o seu prestígio político de quarenta anos.
A ala oposicionista tomou as rédeas da política.
O Senador volta-se, completamente, para a família.
Continua a ser visitado por antigos correligionários.
Sua saúde começa a apresentar sintomas mais pronunciados de debilidade como consequência do golpe que sofrera, partindo de um ex-adepto do P.R.M., o partido pelo qual batalhou.
É levado para Belo Horizonte, em tratamento.
Em cinco de Setembro de 1933, veio a falecer, após prolongado tratamento.
Por uma coincidência, neste mesmo dia, falece Olegário Maciel, o companheiro de outrora... então no Governo de Minas.
Lá em Diamantina, derramei lágrimas copiosas, pelo desaparecimento de um Avô, com quem tinha tanta afinidade!
Foi o companheiro de conversas por horas a fio! Sentado em sua cadeira de balanço, lá no fundo do alpendre, ele me contava a história da terra, o Tijuco, com seus homens, sua vida!
Eu, sempre muito atenta, bebia suas palavras e ensinamentos, com amor e carinho.
Agora... Adeus!... Nunca mais!...
Mas, terei semrpe viva em minha mente a lembrança e os conselhos daquele verdadeiro homem, afável e manso, que desconhecia a vingança e o ódio, feito para compreender, amar e perdoar!

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Parentes Próximos
Família com Mariana Corrêa RABELO
Olímpio Júlio de Oliveira MOURÃO ‎(I1092)‎
Nascimento 8 Março 1856 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 5 Setembro 1933 ‎(Idade 77)‎ Belo Horizonte, MG, Brasil
4 anos
Esposa
 
Mariana Corrêa RABELO ‎(I1093)‎
Nascimento 20 Agosto 1860 42 29 Curralinho, MG, Brasil
Falecimento 10 Setembro 1944 ‎(Idade 84)‎ Diamantina, MG, Brasil

Casamento: 3 Fevereiro 1877 -- Diamantina, MG, Brasil
2 anos
#1
Filho
Francisco Sales Corrêa MOURÃO ‎(I1100)‎
Nascimento 14 Dezembro 1878 22 18 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 24 Setembro 1926 ‎(Idade 47)‎ Diamantina, MG, Brasil
3 meses
#2
Filha
Maria Mercedes MOURÃO ‎(I1091)‎
Nascimento 22 Março 1879 23 18 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 9 Agosto 1959 ‎(Idade 80)‎ Belo Horizonte, MG, Brasil
18 meses
#3
Filha
Maria Cecília Corrêa MOURÃO ‎(I1101)‎
Nascimento 12 Setembro 1880 24 20
Falecimento 1882 ‎(Idade 15 meses)‎
14 meses
#4
Filha
Maria Olinta Corrêa MOURÃO ‎(I1102)‎
Nascimento 6 Novembro 1881 25 21
Falecimento 1972 ‎(Idade 90)‎
#5
Filha
Maria Cecília Corrêa MOURÃO ‎(I1103)‎
Nascimento 11 Março
Falecimento 16 Janeiro 1942
#6
Filho
Pedro Corrêa Rabelo MOURÃO ‎(I1104)‎
Nascimento 16 Dezembro 1882 26 22
Falecimento 1963 ‎(Idade 80)‎
17 meses
#7
Filha
Maria Bernadete Corrêa "Tia Neném" MOURÃO ‎(I1105)‎
Nascimento 29 Maio 1884 28 23
Falecimento 8 Agosto 1944 ‎(Idade 60)‎
#8
Filho
#9
Filha
Maria José Corrêa MOURÃO ‎(I1107)‎
Nascimento 24 Maio 1886 30 25 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 1970 ‎(Idade 83)‎
2 anos
#10
Filho
Olímpio Júlio de Oliveira "Pimpinho" MOURÃO ‎(I1108)‎
Nascimento 9 Maio 1888 32 27 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 1972 ‎(Idade 83)‎
3 anos
#11
Filha
Maria Zelinda de Oliveira MOURÃO ‎(I1109)‎
Nascimento 10 Agosto 1891 35 30
Falecimento 1976 ‎(Idade 84)‎
2 anos
#12
Filho
João Corrêa MOURÃO ‎(I1110)‎
Nascimento 27 Maio 1893 37 32
Falecimento 21 Setembro 1894 ‎(Idade 15 meses)‎
-8 meses
#13
Filha
Maria Ester Corrêa MOURÃO ‎(I1111)‎
Nascimento 18 Setembro 1892 36 32
Falecimento 1967 ‎(Idade 74)‎
4 anos
#14
Filho
João Cleto Corrêa "Bambão" MOURÃO ‎(I1112)‎
Nascimento 8 Junho 1896 40 35 Diamantina, MG, Brasil
Falecimento 1966 ‎(Idade 69)‎
5 anos
#15
Filho
Paulo Krüger Corrêa MOURÃO ‎(I1113)‎
Nascimento 23 Julho 1901 45 40
Falecimento 1989 ‎(Idade 87)‎