Filho do capitão Mariano José Ferreira e de dona Maria José Sant'Ana, Mariano Procópio Ferreira Lage nasceu na Chácara do Matinho, em Barbacena, MG em 23 de junho de 1821.
Além de ter criado a Estrada União e Indústria foi também comerciante e produtor agrícola, empresário e investidor em imóveis e ações.
Engenheiro formado na Alemanha, foi autor de diversos livros técnicos.
Fundou a Escola Agrícola União e Indústria e foi proprietário de uma fazenda em Goianá, perto de Rio Novo, onde criou cavalos de raça.
Foi também diretor da Estrada de Ferro Dom Pedro II e das Docas da Alfândega, além de presidente do Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro, onde morou alguns anos.
Mariano Procópio foi deputado provincial em 1861, e deputado-geral pelo Partido Conservador sendo representante de Minas Gerais na Assembléia Geral do Império entre 1861-1864 e 1869-1872.
Em 1840, em uma de suas várias viagens à Europa, tomou gosto pela fotografia com um dos inventores do processo, o francês Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851).
Casou-se em 1851, com Maria Amália Coelho de Castro. Tiveram quatro filhos: Mariano, Elisa (que morreram ainda crianças), Frederico e Alfredo.
Em 1861 iniciou a construção da Villa Ferreira Lage, embrião do que seria posteriormente o primeiro museu de Minas Gerais, o Museu Mariano Procópio, fundado em 1915 por seu filho mais novo: Alfredo Ferreira Lage.
Investidor de imóveis e ações, deixou inúmeros bens à sua família ao falecer em 14 de fevereiro de 1872, em Juiz de Fora-MG.
Frederico Ferreira Laje
Com a morte de Mariano Procópio, seu filho mais velho, Frederico Ferreira Laje, assumiu a direção da fazenda de Goianá, onde introduziu diversos tipos de conhecimentos adquiridos durante suas viagens à Europa, principalmente na criação de gado e suínos. Sua fazenda serviu também de núcleo de imigração, para onde foram muitos italianos.
Com o irmão, Alfredo Ferreira Laje, fundou o Teatro Novelli, onde antes funcionara o também Teatro Perseverança, na rua Espírito Santo, que pertencera à Santa Casa de Misericórdia.
No acervo fotográfico do Museu Mariano Procópio, composto de 18 mil imagens, constam váris fotos feitas por Frederico, que chegou inclusive a ganhar medalhas de prata por seus trabalhos, em uma exposição no Rio de Janeiro, em 1908, sete anos depois de sua morte.
Herdeiro também da chácara onde morava seu pai, ao lado do parque do Museu, Frederico construiu ali um belo palacete, em estilo de época e arquitetura francesa. Praticamente todo o material utilizado na obra veio da Europa. No prédio, hoje, funciona a sede da Quarta Região Militar.
No palacete moraram Frederico, sua mulher, Alice Ferreira Lage, e os três filhos, Frederico Luiz, Gabriel e Roberto.
Alice teve sua formação cultural na Europa, onde estudou piano, canto e línguas. Era uma mulher belíssima para os padrões da época, e por isso mesmo, ainda estudante, em Paris, foi convidada para ser modelo de uma imagem do Arcanjo São Miguel. A escultura com seu rosto está hoje na Igreja de Auteuil, em Paris.
A vida do casal Frederico e Alice, e dos filhos, em Juiz de Fora, sofreria um grande impacto, quando Frederico, aos 39 anos, morreu de apendicite.
As dívidas provocadas pelas obras na fazenda e na residência, além de outras empresas, fizeram com que o palacete fosse vendido para a Estrada de Ferro Central do Brasil, antes de ser transferido para o Ministério da Guerra, para se tornar a sede da Quarta Região Militar.
Frederico morreu em 1901 e Alice em 1914. Ambos estão sepultados no Cemitério da Glória, em Juiz de Fora.