Apesar das imensas dificuldades, a Estrada União e Indústria foi inaugurada em 23 de julho de 1861, apenas 5 anos após o início da construção.

D. Pedro II e comitiva partiram de Petrópolis e chegaram em Juiz de Fora em um único dia, com velocidade média de impressionantes 17 km/h.

A festa de inauguração da Estrada União e Indústria foi um evento tão marcante, que praticamente todos os jornais do Brasil deram a notícia em detalhes.

Vale a pena conhecer os relatos da época:

A multidão ocupava todos os arredores.

A comitiva imperial, atravessando por entre as alas assim formadas, chegou à quinta do Sr. comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, destinada para residência de Suas Majestades e Altezas.

À porta da casa foram as augustas pessoas recebidas com estrondosas aclamações, ao som do hino nacional tocado pela excelente banda de música da colônia, e por grande número de cidadãos.

(...)

Suas Majestades e Altezas recolheram-se para descansar, e as pessoas de sua comitiva, assim como os convidados recém-chegados, procuraram orientar-se a fim de acertarem quanto antes com os aposentos que lhes estavam destinados.

O paço imperial achava-se disposto e mobiliado com extremo bom gosto e elegância, como tudo quanto foi feito pelo Sr. comendador Ferreira Lage.

(...)

O que sobretudo não se pode referir com precisão foi o transporte de que todos se possuíram, quando, dando apenas alguns instantes às necessidades do toilette, acharam-se na presença da mais esplêndida iluminação.

Tudo quanto a vista alcançava na extensa área que tentamos descrever, oficinas, armazéns, serraria, olaria, moinho, toda sorte de numerosos edifícios, telhados, muros, paço imperial, arcos, jardim, cerca, pontes, arbustos, lagos, ilhas, coreto, gruta, colina, castelo, tudo enfim cintilava ao clarão de cinco mil luzes, lampiões chineses e copos, delineando os contornos dos objetos iluminados; e tudo isto fora aceso como por milagre, em um abrir e fechar d’olhos; tão bem dispostas estavam todas as coisas!

E como se não bastasse o que víamos, grandes fogueiras coroando as alturas circunvizinhas, o céu recamado de estrelas, uma noite tão serena que as folhas das árvores não se moviam, nem uma luz se apagava, os ecos repetindo as lindas peças de música tocadas pela excelente banda da colônia e composta de instrumentistas que dez meses antes não conheciam as sete notas, eram outros tantos motivos de gozo.

O toque das trombetas percorrendo a estação, e anunciando que o jantar nos esperava, arrancounos a custo da contemplação do maravilhoso quadro que tínhamos diante dos olhos.