A história do Caminho do Ouro começa no Rio de Janeiro, em 14 de outubro de 1597.

Aqui, vamos encontrar cerca de 700 portugueses e 2000 índios partindo em direção aos sertões desconhecidos de Minas Gerais.

Caminho percorrido por Martim Corrêa de Sá em 1597
Caminho percorrido por Martim Corrêa de Sá em 1597. Fonte: www.valedoparaiba.com/enciclopedia/verbetes/c/caminhovelho.htm.

Sob o comando de Martim Corrêa de Sá, esta expedição seguiu trilhas indígenas existentes muito antes do descobrimento e traçou o que mais tarde ficou conhecido como Caminho do Ouro.

O trajeto é minuciosamente comentado na carta que Martin Lopes Lobo Saldanha, governador de São Paulo, escreveu ao Vice-Rei Marquês de Lavradio em 21 de junho de 1775:

A saída era feita no Rio de Janeiro de onde partiam para a Fazenda de João Alves. Após parada e missa, prosseguiam até a Fazenda do Coronel Gregório de Morais onde pernoitavam.

No dia seguinte, iam até Sepetiba onde embarcavam em canoas e seguiam numa perigosa viagem por mar, passando pela Ilha das Pescarias e indo até Paracucá, onde pernoitavam.

De Paracuá, seguiam em mais um dia de viagem por mar até Mangaratiba, num local conhecido como Sítio das Cruzes, onde pernoitavam.

No dia seguinte, ainda por via marítima, seguiam em direção a Ilha Grande, prosseguindo até Gipoya onde pernoitavam.

Dali era mais um dia de viagem até Paraty onde pernoitavam.

De Parati, iniciavam a subida da Serra, pernoitando na Fazenda do Souza, onde atualmente existe um Sítio Histórico para visitação.

No dia seguinte, seguiam até o Registro do Boqueirão do Inferno onde havia um posto do governo (daí o nome "Registro") onde deveriam mostrar os documentos de autorização de passagem e pagar impostos.

Em seguida, prosseguiam até Pouso Aparição onde pernoitavam.

No dia seguinte, prosseguiam até a Freguesia do Facão (atual Cunha) onde assistiam missa e pernoitavam.

De Cunha, iam por mais alguns dias até Parahytinga (atual São Luiz do Paraitinga) onde havia nova parada e missa

De Parahytinga iam até Rocinha, onde pernoitavam e, no dia seguinte, caminhavam mais um dia até Guaratinguetá.

O trajeto de Guaratinguetá até o interior de Minas Gerais era percorrido apenas por corajosos aventureiros, que levavam meses nesta empreitada.

Em 1674, quando Fernão Dias Paes partiu de São Paulo em busca de esmeraldas, a viagem de Parati a Ouro Preto levava cerca de 100 dias. Era feita em tropas de burros, com viajantes e mercadorias à mercê do clima quente e chuvoso, além do ataque de piratas e salteadores.